GSMA vê prejuízo ao 5G no Wi-Fi, mas DSA diz que Anatel recusou trocar o certo pelo duvidoso

A indústria móvel representada pela Associação GSM, ou simplesmente GSMA, ainda reclama da decisão da Anatel de destinar todos os 1200 MHz entre 5,925 e 7,125 GHz para uso não licenciado – ou seja, para o Wi-Fi em sua nova versão, 6E. Em nota, a entidade criticou o fato de a agência não ter reservado a maior parte desse espectro (700 MHz) para um eventual uso do 5G no futuro. Já a Coalização W-iFi 6E ressalta o oposto: o melhor da decisão é que o ganha é imediato.

Para a GSMA, associação que representa os interesses das operadoras moveis em todo o mundo, “tal decisão é prematura e será prejudicial ao desenvolvimento das redes 5G no país nos médio e longo prazos, impactando negativamente a capacidade de ampliação da cobertura, qualidade dos serviços, preço ao usuário e a garantia das características do IMT-2020”.

Ainda segundo a GSMA, “o Brasil possui mais de 20.000 links de radioenlaces (backhaul) em 6 GHz, que fornecem, por exemplo, conectividade a áreas rurais para atender às necessidades básicas de telecomunicações de alta velocidade. Esse serviço tão fundamental, não somente para as operadoras móveis, corre risco de interferência”.

“Entendemos o contrário”, diz a presidente da Dynamic Spectrum Alliance, Martha Suarez, integrante da Coalizão Wi-Fi 6E Brasil. “A decisão da Anatel é muito boa porque leva em conta o ecossistema e as tecnologias existentes. Por enquanto, ninguém tem certeza se a parte alta da faixa de 6 GHz vai mesmo servir ao 5G. Enquanto isso, há um custo de oportunidade. Se a Anatel decidisse aguardar um uso futuro e com isso postergasse a contribuição econômica do WiFi 6E para algo como 2024, seriam perdidos R$ 17 bilhões.”

Segundo ela, além de existir padronização do 3GPP para uso de 5G em faixa não licenciada – portanto, sem impedir o 5G mesmo nas condições aprovadas pela Anatel – o mais significativo da decisão da Anatel é o impacto agora, não mais tarde. “A Anatel verdadeiramente considerou os benefícios para a maioria das pessoas, além do benefício econômico para o Brasil.”

Para o consultor de espectro da camara-e.net, Amadeu Castro, além do benefício imediato versus um hipotético ganho futuro, a decisão também considerou o ambiente existente de uso na faixa de 6 GHz. “A Qualcomm mandou para a Anatel um estudo de compatibilidade entre Wi-Fi e os enlaces fixos, inclusive os links por satélite. E ficou constatado pela própria agência que os níveis permitidos protegem os enlaces já existentes na faixa de 6 GHz”, diz Castro.

“Isso não aconteceria se fosse 5G, porque 5G tem potencia maior e é alta densidade. Para o 5G usar essa faixa, teria que fazer uma ‘limpeza’ assim como vai acontecer na faixa de 3,5 GHz. Assim, a decisão da Anatel, considerando o que a economia digital pleiteou, é que isso é para já, com produtos no mercado rapidamente, facilitando as pessoas a trabalharem em casa, melhorando a qualidade do Wi-Fi. É já. Não em 2023, não em 2027.”

Fonte: Convergência Digital

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