Governo e Telebras correm para religar conexão à internet pelo satélite nacional

Cerca de 36 horas depois de o Supremo Tribunal Federal derrubar a decisão que mantinha suspenso o acordo entre a Telebras e a Viasat, o governo correu para Pacaraima, em Roraima, para religar as primeiras conexões de internet por meio do satélite nacional. A corrida vai tentar recuperar o tempo perdido e instalar 4 mil pontos em dois meses e 15 mil antes do fim do ano.
“Resolvemos vir imediatamente para mostrar em Pacaraima o que vai acontecer em todo o Brasil onde não há conectividade. O satélite representou um investimento muito alto, mas é uma política pública bem aplicada na inclusão social”, festejou o ministro de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab. O satélite geoestacionário de defesa e comunicações – 30% da Defesa, 70% da Telebras – custou R$ 1,8 bilhão.
Nesta quarta, 18/7, Kassab e o presidente da Telebras, Jarbas Valente, foram pessoalmente acompanhar a instalação dos equipamentos em duas escolas da cidade a 200 km de Boa Vista, que fica na fronteira com a Venezuela. “Garantimos conexões de no mínimo 10 Mbps, mas que poderá ser maior a depender da quantidade de alunos”, explicou Valente.
São os primeiros do que se espera serão 15 mil pontos em todo o país, por meio da reestruturação do programa Gesac, agora que a Telebras assumiu esse contrato, que existe há mais de uma década e usa estruturas parcialmente terrestres e satelitais para entregar velocidades de 1 Mbps.
“Para funcionar, preciso separar a turma no meio e conectar apenas metade dos 30 computadores de cada vez”, relata o professor Welington Sousa, responsável pelo laboratório de informática da escola municipal Casimiro de Abreu, em Pacaraima, que atende 640 alunos. “Ficou bem melhor”, emenda Julio Ângelo, de 9 anos, aluno do 4º ano, que foi o primeiro a testar a nova conexão.
A 100 km dali, na comunidade indígena Surumu/Barro, foi instalada outra antena Vsat na escola que atende 210 alunos das etnias Macuxi e Uapichana, mas que na verdade serve de meio de comunicação para os cerca de 1 mil habitantes. “Aqui não pega celular, então a única forma de comunicar é pelo WiFi da escola. Por isso, as famílias, não só os alunos, usam a rede”, explica a professora de sociologia, filosofia e antropologia Leontina Peres.
Com cerca de 1 mil pessoas, a comunidade é um exemplo típico do que a Telebras espera atender com a oferta do que a parceira Viasat chama de WiFi comunitário. Tanto que lá entre os Macuxi e os Uapichana, além das antenas que atenderão a escola já conectada e uma outra, de ensino técnico, haverá oferta comercial também. São os acessos a partir de R$ 2 por tempo ou volume de dados – como por uma hora ou 250 MB e até 1GB, por exemplo.
Pacaraima teve os primeiros quatro pontos conectados ainda em maio, mas eles foram desligados por ordem judicial, por conta do questionamento sobre o contrato da estatal com a americana Viasat. Com a nova decisão do STF, a ideia é acelerar o calendário para recuperar o tempo perdido e concluir logo os primeiros 4 mil pontos, se possível antecipando-os de outubro para agosto.
Até o fim do ano, a Telebras promete conectar os outros 15 mil pontos previstos no Gesac, o que inclui assumir os 6 mil até aqui conectados em 1 Mbps no Gesac “antigo”, mas também outras 7 mil escolas indicadas pelo Ministério da Educação. Completam essa lista 2 mil postos do INSS e uma quantidade ainda em negociação com a Justiça Eleitoral.
Fonte: Convergência Digital

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