A internet no Brasil bateu novo recorde na segunda, 6/12, ao atingir o pico de 20 Tbit/s de troca de tráfego, 43% acima do registrado um ano antes nos pontos de troca de tráfego do IX.br, projeto do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br). Em março deste ano, o recorde ficou em 16 tbit/s.
A marca se refere ao tráfego agregado das 35 localidades onde há presença do IX.br, e está relacionada à maior procura por conexão aos PTTs do NIC.br, explica o gerente de infraestrutura do IX.br, Júlio Sirota. O resultado reflete o crescimento do número de Sistemas Autônomos em território nacional, redes independentes que se conectam e colaboram entre si, compondo a Internet no país.
“Os PTTs se propõem a interconectar redes em regiões metropolitanas, e o aumento delas impacta na quantidade de participantes no IX.br”, afirma o gerente de infraestrutura, acrescentando que “desde março do ano passado, estamos tendo um incremento no número de empresas interessadas em tomar parte na troca de tráfego, sejam elas provedores de acesso à Internet, ou de conteúdo”.
No caso dos provedores de acesso, Sirota salienta, o setor anda aquecido no país nos últimos anos: “Há muitas empresas sendo criadas para explorar o mercado de conexão à Internet, principalmente nas pequenas e médias cidades, nas quais as grandes operadoras podem demorar mais a chegar, ou não têm tanto interesse em atuar”.
Esse mercado altamente competitivo e heterogêneo começou a se desenhar há cerca de oito anos, impulsionado pela atuação provedores de menor porte e pela veia empreendedora dos pequenos empresários. “Atualmente há mais de 10 mil licenças emitidas pela Agência Nacional de Telecomunicações para pequenos prestadores de serviços de telecomunicações”, informa o diretor vice-presidente da Associação Brasileira de Internet (Abranet), Eduardo Parajo, destacando que esse modelo, em que há grande número de empresas operando ao mesmo tempo, é uma particularidade nacional.
Na avaliação de Parajo, o IX.br é uma excelente alternativa para que os pequenos provedores de Internet possam interligar-se de maneira mais econômica, efetiva e com melhor qualidade. “O IX.br proporcionou uma distribuição melhor do conteúdo no país e vem criando um mecanismo importantíssimo de melhoria da qualidade, porque quando você acessa um conteúdo de um provedor que está conectado ao IX, não precisa ficar navegando na Internet mundial para achá-lo. Isso realmente ajuda não só os provedores a baratearem seus custos, mas melhora a qualidade para o usuário final e propicia um ganho muito grande para a Internet no Brasil em qualidade e competitividade”.
* Com informações do NIC.br
Fonte: Convergência Digital